Por um 2017 mais leve e tranquilo
O ano de 2016 foi traumático para muita gente: a crise financeira se agravou, o desemprego bateu à porta, as brigas por política afastaram amigos e familiares, os índices de suicídio e de violência aumentaram assustadoramente, para ficar apenas em alguns exemplos de uma lista de problemas que dificilmente chegaria ao fim. As tragédias foram tamanhas que o assuntou se transformou em piada. Quem nunca viu nenhum meme que alerta para a possibilidade de 2017 se transformar em um “2016 parte 2”?
A maioria dos brasileiros torce para que 2017 seja um ano melhor, mais leve, de retomada da paz nacional, social e pessoal. Mas torcer não basta. Torcer é apenas o começo. Ou nem isso.
Em grande medida, muitos dos fatores decisivos para que cada pessoa possa ter um 2017 melhor são suas atitudes. Torcer em silêncio, sem agir diferente, não resolve. Einstein já dizia que é loucura esperar que as coisas sejam diferentes se continuarmos fazendo tudo exatamente igual. Mas que tipo de ação pode ajudar?
São cuidados simples com a vida, com os relacionamentos e com a própria saúde que a médio e longo prazo reduzem a quantidade de estressores e aumentam a quantidade de fontes de bem estar. Listarei alguns abaixo:
1. Cuidar da própria saúde
Pouca coisa é capaz de desgastar tanto uma pessoa como um problema de saúde o faz. É essencial se consultar com um médico periodicamente para avaliar como vão as coisas em seu corpo. Mesmo problema de saúde mais cotidianos como alterações na tireoide, dificuldades com a visão, obesidade, falta de nutrientes no organismo ou transtornos de sono podem gerar níveis elevados de estresse e desgaste.
2. Cuidar da vida financeira
O Brasil e o mundo estão passando por uma séria crise financeira. O futuro é incerto, e nesta situação, pode não valer a pena correr riscos. Compras parceladas, endividamento ou quaisquer outros gastos que comprometam o dinheiro a longo prazo devem ser evitados. Também pode ser útil cortar despesas, encontrar fontes alternativas de renda ou guardar uma determinada quantia por mês, o que futuramente, pode ser a salvação em momentos mais difíceis.
3. Escolher as batalhas em que vale a pena entrar
O brasileiro vem debatendo política com uma frequência cada vez maior e de forma mais acalorada. Muitas amizades se perderam no caminho e muitas emoções desagradáveis desnecessárias foram experimentadas. Na maioria das vezes, porém, as discussões foram infrutíferas: pouca gente muda de opinião por causa de um debate. Pode não valer a pena, portanto, entrar em novas discussões sobre este e outros assuntos ideologicamente delicados, como machismo X feminismo, religião, porte de armas, aborto ou intervenção militar.
4. Cultivar fontes de prazer e bem estar
Muita gente deixou de cultivar atividades que geram prazer e bem estar, como estar com amigos, praticar atividades físicas, cuidar da própria aparência ou quaisquer outras, muitas vezes, para ter mais tempo para trabalhar ou economizar dinheiro. Distanciar-se daquilo que faz bem, no entanto, apenas piora a situação. A falta de fontes de prazer e bem estar aumenta de significativamente a própria vulnerabilidade ao estresse. É preciso conciliar as necessidades econômicas e financeiras com cuidado com a própria saúde emocional, caso contrário, o corpo irá cobrar a conta e as doenças físicas e psicológicas começarão a aparecer, mais cedo ou mais tarde.
5. Cuidar da alimentação, sono e atividade física
É fácil deixar em último plano a alimentação, o sono e a atividade física nos momentos mais difíceis da vida, ainda que estas sejam as situações em que mais precisamos deles. Comer inadequadamente, dormir mal ou levar uma vida sedentária também aumentam a própria vulnerabilidade ao estresse, além de elevar os riscos de uma série de doenças físicas e psicológicas.
Existem vários outros cuidados importantes, mas muitos deles, são demasiado individuais ou específicos para serem tratados em um texto direcionado ao público em geral. Uma recomendação final, no entanto, é que ninguém precisa enfrentar o sofrimento e as dificuldades da vida sozinho. O acompanhamento profissional pode deixar tudo mais leve. Dicas como as listadas acima podem não resolver o problema, mesmo que contribuam em alguma medida para a prevenção ou amenização dele. Ainda assim, pessoas que já se encontram em situações mais delicadas de saúde emocional ou psicológica dificilmente conseguiria implementá-las na vida. Situações como estas apenas aumentam a necessidade da busca pelo apoio profissional.